Equipe do PERS coleta dados de catadores à noite
Mesmo com a pandemia uma equipe do Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS deu sequência ao trabalho de coleta de dados no aterro sanitário de Cuiabá (lixão). Na quarta-feira (04/11/20), a abordagem realizada por meio de entrevistas buscou informações junto a cerca de 40 pessoas que estiveram trabalhando na catação de recicláveis no período noturno.
Com o professor Paulo Modesto Filho, coordenador do Plano, e três estagiários (as estudantes Analice Navarro Tonelli, Ronaldo Barbosa Andrade e Luiz Fernando Avanci), houve distribuição dos questionários, bem como do álcool em gel produzido pelo Departamento de Química da UFMT. Todas as atividades da equipe junto aos trabalhadores do lixão foram acompanhadas pela defensora pública Kelly Christina Otácio Monteiro, do Gaedic. “Estamos colaborando para que os catadores sejam incluídos na nova realidade do Plano e que se integrem numa associação ou cooperativa”, explicou a advogada Kelly Monteiro, convicta de que o PERS irá promover alterações significativas às condições de trabalho. “Este pessoal que trabalha à noite cuida dos resíduos do centro da cidade”; segundo ela, são cerca de 200 famílias que diariamente passam a noite trabalhando sem o mínimo de condições de salubridade.
“Mas para os catadores a visão é outra: eles preferem enfrentar os mosquitos à noite do que o calor do dia com sol intenso”, disse o estagiário Luiz Avanci. Para eles, não existem doenças a não ser que estejam prostrados, sem poder trabalhar. Sem pertencer a nenhuma cooperativa ou associação, os trabalhadores temem que de uma hora para outra sejam retirados do local. “Mas isto é conversa de período de eleição”, relata o estagiário ao afirmar que sempre fica evidenciada essa insegurança.
Eles só reclamam que a sociedade não valoriza o trabalho que realizam; alguns até acreditam que com o PERS e os planos municipais, eles vão acabar sendo valorizados – na hora que integrarem uma associação ou uma cooperativa. Para a defensora pública, o problema maior é que não existe infraestrutura sequer para acomodar os catadores. ”A falta de infraestrutura é um problema que tem de ser resolvido pelo município”, finaliza.
O Plano Estadual de Resíduos Sólidos – PERS está sendo realizado pela UFMT, em parceria com a Sema, e conta com colaborações de instituições sociais como o Gaedic.