Falta de incentivo dificulta reciclagem dos resíduos da construção civil

Falta de incentivo dificulta reciclagem dos resíduos da construção civil

A falta de incentivo para reciclagem é um dos principais entraves da destinação adequada dos resíduos da construção civil. Esta é uma das constatações do Panorama da Destinação de Resíduos Sólidos recém-elaborado pela equipe que prepara o PERS-MT. Em Mato Grosso, só existem usinas para recebimento dos resíduos da construção civil e de pequenas reformas – em Cuiabá e Rondonópolis. Esta situação, onde não há local adequado para destinação dos resíduos, dificulta a normatização do setor contribuindo para que restos da construção possam parar nos lixões ou acabem nas margens de estradas vicinais ou ruas da periferia, como soluções mais baratas.

A destinação é agravada pelo fato de os resíduos apresentarem elevada massa e volume, e baixo valor agregado, inviabilizando o transporte a longas distâncias.

A grande maioria dos resíduos que se prestem ao reúso ou reciclagem é denominada de Classe A, que são compostos de materiais cerâmicos (tijolos, azulejos, blocos, telhas, placas de revestimento, etc) argamassa e concreto e os do processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidos nos canteiros de obras. Esses materiais representam em torno de 80% dos resíduos e apresentam as menores taxas de reúso e reciclagem.

 Os de Classe B, que representam em torno de 19% dos resíduos, são compostos de plásticos, papel, papelão, metais, vidros e principalmente madeira. Os de classe C se compõem de resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação. E os de classe D são os resíduos perigosos do processo de construção (tintas, solventes, óleos) ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais.

O panorama dos resíduos sólidos em Mato Grosso, além da construção civil, aborda a realidade dos segmentos Resíduos Sólidos Urbanos – RSU (originários de atividades domésticas e limpeza urbana); Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento Básico (gerados em sistemas de tratamento de água e esgoto); Resíduos Industriais (gerados nos processos produtivos e instalações industriais); Resíduos de Serviços de Saúde – RSS (gerados nos serviços de saúde, conforme estabelecidos pelo Sistema Nacional do Meio Ambiente e da Vigilância Sanitária); Resíduos Agrossilvipastoris (gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais); Resíduos de Serviços de Transporte (originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários, ferroviários e passagens de fronteiras), e Resíduos de Mineração (gerados em atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios).