No campo, dez anos de prática garantem a logística reversa das embalagens de agrotóxicos
Apesar da dimensão das atividades do agronegócio a atividade agrossilvipastoril pode comemorar o sucesso da destinação dos resíduos graças a sua estruturação. Pelo menos é o que nos mostra o Panorama, que vem sendo concluído pela equipe da UFMT e da Sema na elaboração do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Técnicas como o plantio direto incorporam a palhada e outros resíduos orgânicos para a melhoria da qualidade do solo. Dejetos da suinocultura têm grande potencial para geração de energia. Da mesma forma, os resíduos da madeira demonstram viabilidade para uso nas caldeiras das indústrias de etanol de milho – atividade que cresce no Estado. Esses fatores, além de garantir a destinação adequada dos resíduos sólidos, contribuem para a sustentabilidade no setor.
O Panorama não só realça a importância agrícola do Estado, como também aponta para a necessidade de uma política que oriente, monitore, controle e garanta um manejo mais apropriado dos resíduos sólidos gerados. Dessa forma, pode priorizar o reaproveitamento como forma de agregar valor ao produto principal, à qualidade do solo, além de garantir uma produção sustentável.
As atividades do agronegócio geram grande volume de embalagens de agrotóxicos, que passam de um quarto do total nacional (11.806 t.embalagens/ano-2017), apenas nas principais culturas (algodão, arroz, milho e soja), segundo o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias). Apesar disso, segundo a Aprosoja, o setor apresenta uma estrutura de logística reversa consolidada há mais de 10 anos, o que assegura o destino adequado desse tipo de resíduo.
O bagaço de cana-de-açúcar também contribui para gerar energia elétrica, assim como os resíduos da madeira já são usados em caldeiras de indústrias, estufas, usinas térmicas. Os dejetos da suinocultura, por sua vez, são aproveitados para produção de gás, energia elétrica e fertirrigação.
O PERS (Plano Estadual de Resíduos Sólidos) vem sendo elaborado pela UFMT e Sema, em convênio com a Fundação Uniselva e Governo do Estado, com patrocínio do Ministério do Meio Ambiente, via Caixa Econômica Federal