Plano de resíduos de MT estuda receita acessória para recicladores

Plano de resíduos de MT estuda receita acessória para recicladores

Mato Grosso deve apresentar um avanço significativo na questão de reciclagem dos resíduos sólidos. Isso é o que apontam as últimas reuniões com envolvidos nos processos pela equipe da UFMT, que, em parceria com a Sema, elabora o PERS (Plano Estadual de Resíduos Sólidos).

Em sua reta final, o PERS já discutiu o tema com representantes do Imasul (Mato Grosso do Sul, e da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) e com a Eureciclo, empresa de certificação de logística reversa de embalagens pós-consumo, responsável anualmente pela compensação de mais de 180 mil toneladas de embalagens. A ideia é assimilar a geração de incentivos à cadeia de reciclagem como forma de compensar as diferenças entre o custo da coleta e o de venda de recicláveis.

O processo visa também dinamizar a educação ambiental do consumidor promovendo a coleta seletiva, além de cumprir diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos que responsabiliza as empresas de bens de consumo pela destinação correta de seus resíduos sólidos, valorizando a sustentabilidade ambiental.

A grande novidade que poderá ser implantada em Mato Grosso com a certificação da logística reversa reside na implantação de uma compensação ambiental, por meio da remuneração dos catadores de recicláveis, com uma receita acessória, para triagem do material, retirando do ambiente os que têm baixo valor agregado de venda – que acabam descartados como lixo comum, apesar do potencial de retorno ao ciclo produtivo através da economia circular.

O procedimento inadequado afasta o cumprimento das metas de comprovação de retorno das embalagens de fabricantes, importadores, distribuidores e varejistas de produtos comercializados, medida prevista em acordo setorial de embalagens de 2015 que estabelece como meta o retorno de 22% das embalagens (atualmente não chega a 3%). Isso, além de sobrecarregar os depósitos de resíduos (lixão e aterros sanitários), reduzindo sua vida útil, gera perda de eficiência na economia.